CASA GALERIA apresenta: 100 Anos do Manifesto Surrealista - Uma Jornada pelo Sonho e o Inconsciente

Em 1924 surgiu um dos movimentos artísticos e literários mais influentes do século XX: o Surrealismo. Foi através do “Manifesto Surrealista” que o escritor André Breton articulou suas ideias, sentimentos e emoções que permeavam o mundo da arte naquele momento. Em 2024, celebramos o centenário deste manifesto, oferecendo uma oportunidade única para revisitar as raízes e o impacto duradouro do Surrealismo na arte e na cultura.

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O Surrealismo emergiu em um contexto pós-Primeira Guerra Mundial, um período de grande desilusão com as normas sociais e culturais estabelecidas. Breton, que havia sido influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, propôs uma nova forma de arte que explorasse o inconsciente e o mundo dos sonhos, desafiando a lógica e as convenções da realidade objetiva. Para os surrealistas, a realidade “real” era apenas uma camada superficial; o verdadeiro potencial da mente humana reside nas profundezas do subconsciente, sem a intervenção da razão.

Uma das características mais intrigantes do Surrealismo é o uso de técnicas que visavam desconectar a mente racional, permitindo a expressão pura do inconsciente. Entre essas técnicas, destaca-se a “escrita automática”, na qual os artistas e escritores permitiam que seus pensamentos fluíssem livremente, sem censura ou planejamento prévio. Outro aspecto fascinante é que a voz do inconsciente era tão importante para suas criações que que alguns pintores até cochilavam em seus ateliês para acordar e capturar, em suas obras, os sonhos vívidos que tinham em mente.

Principais Artistas e Obras

O movimento surrealista reuniu diversos artistas, cada um trazendo sua visão única e contribuindo para o legado do movimento. Salvador Dalí é talvez o mais célebre entre eles, reconhecido por suas paisagens oníricas e imagens distorcidas. Sua obra mais icônica, “A Persistência da Memória” (1931), com seus relógios derretidos em uma paisagem deserta, é uma das representações mais conhecidas do tempo e da realidade deformada.

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René Magritte, outro grande nome do Surrealismo, é famoso por suas pinturas enigmáticas que desafiam a percepção e a realidade. “Ceci n’est pas une pipe” (1929), que retrata um cachimbo com a inscrição “Isto não é um cachimbo”, nos faz pensar sobre a relação entre objetos e suas representações.

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Outros artistas notáveis incluem Max Ernst, cujas colagens e pinturas combinam imagens incongruentes para criar cenas de fantasia perturbadoras, e Joan Miró, cujas obras vibrantes e formas orgânicas nos levam a um universo lúdico e infantil. Já entre os escritores, André Breton continua sendo uma figura central.

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Outra grande artista do Surrealismo foi Frida Kahlo, que, embora tenha deixado claro que nunca pintou seus sonhos, mas sim a sua realidade, foi convidada por André Breton – que considerava o México o país mais surrealista de todos – a integrar o movimento. Frida expressava suas dores através de auto retratos crus e literais que carregavam todos os sentimentos e desilusões da artista.

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O Legado do Surrealismo

O Surrealismo foi mais do que movimento artístico, foi uma revolução cultural. Ele influenciou profundamente a literatura, o cinema, a filosofia e até mesmo a moda. Seu legado persiste na arte contemporânea, onde a exploração do inconsciente e o desafio às convenções permanecem como forças criativas vitais.

Cem anos após a publicação do Manifesto Surrealista, o movimento continua a fascinar e inspirar, lembrando-nos da vastidão e do mistério do mundo interior que todos carregamos. O Surrealismo nos convida a olhar além do óbvio, a questionar a realidade e a explorar o desconhecido, tanto em nossas mentes quanto no mundo ao nosso redor.

Esta celebração de um século do Surrealismo é, portanto, não apenas uma homenagem a seus criadores, mas também um convite para continuarmos explorando os limites da imaginação humana.

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Greta Bianchin

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