Yayoi Kusama

Um mundo de bolinhas se espalhou sobre tudo o que uma pequena menina enxergava, inclusive o seu próprio corpo. Desde então, a artista japonesa Yayoi Kusama vem produzindo pinturas, fotografias e esculturas usando circunferências para revestir inclusive aposentos inteiros. E este universo paralelo criado por ela está em cartaz para os brasileiros conferirem. É isso mesmo! Quem estiver por São Paulo até o dia 27 de julho não pode perder a oportunidade de ir à exposição Obsessão Infinita, que foi considerada uma das pessoas mais originais e inventivas do pós-guerra.

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 A artista

Era 1929 quando Yayoi Kusama nasceu em Matsumoto, no Japão. Não tardou para ela despertar o olhar para a arte e misturá-la com a poesia semi-abstrata feita no papel. Quando se sentiu sufocada pela cultura, mudou-se para Nova York onde circulou com personalidades como Andy Warhol, Donald Judd, Claes Oldenberg e Joseph Cornell. Hoje, retornou ao país natal e vive voluntariamente em uma instituição psiquiátrica. Aos 85 anos, Yayoi continua com a sua obsessão pela arte!

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Obsessão infinita

Depois de passar por Brasília e Rio de Janeiro, a mostra desembarcou na capital paulista e fez do Instituto Tomie Ohtake a sua casa. Cerca de 100 peças, do período de 1949 até 2012, estão alocadas pelas salas do prédio, em Pinheiros.
Entre pinturas, esculturas, fotos e vídeos, o destaque fica por conta das instalações lúdicas e cheias do poético e super complexo mundo de Yayoi Kusama. As diversas obras são marcadas pela polka dots e por formas fálicas, pontos cruciais que marcam a trajetória da artista.

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A união dos dois fatores pode ser encontrada na Sala de Espelhos Infinitos — Campo de falos, de 1965. A primeira instalação em ambiente fechado de Yayoi leva o espectador em uma viagem na qual a própria imagem é refletida em todos os lados dentro de um local aparentemente infinito, com falos de tecidos estampados por bolinhas vermelho e branco, a “assinatura da artista”. Em poucos segundos dentro da sala, é possível ver uma série de tendências surreais que apontaram o trabalho dela e que irão pontuar o momento.

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A obsessão pelo espaço infinito continua na obra em que ela explora a ludicidade da soma de espelhos e milhares de lâmpadas que mudam constantemente de cor. E é assim que a Sala de Espelhos Infinitos — Cheia de brilho da vida (2011) convida os visitantes a entrar, vislumbrar e explorar visuais óticos únicos. A sensação de fazer parte da obra e ao mesmo tempo estar fora dela foi denominada de “obliteração” pela própria Kusama.

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Em 1970, a cabeça inquieta da artista entrou em colapso nervoso e somente depois de uma longa pausa de 30 anos ela reencontrou a autoconfiança para voltar ao trabalho com as grandes instalações. Assim nasceu Estou aqui, mas nada (2000-2012), um cômodo mobiliado com luz negra dominado por bolinhas coloridas que se destacam na penumbra alucinatória, um verdadeiro relato do momento dela.

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Hoje, Kusama continua expondo seu psicológico em um trabalho que se reinventa entre pinturas e instalações e que a mantém no lugar da artista viva mais celebrada do Japão.

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Mais informações
Data: até 27 de julho de 2014 | Horário: de terça a domingo, das 11h às 20h | Endereço: Instituto Tomie Ohtake – Av. Faria Lima, 201, Pinheiros, SP | Entrada franca

Gabriella Mondroni

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