Arte da Vila

 

Arte da VilaEvento atrai público diversificado
Por Priscila Silvério

Um fim de semana de clima ameno e aconchegante foi o cenário da 10ª edição do Arte da Vila. Esculturas, artesanato, joias, cerâmica e muitas outras expressões artísticas estiveram ao alcance do público nos dias 13 e 14 de abril, na Vila Madalena. O bairro é um dos mais renomados redutos de arte de São Paulo. (1)
A identidade visual do evento demonstrava as mudanças da região e nos remetia aos 90 anos da Semana de Arte Moderna. A ocasião foi uma oportunidade aos visitantes e aos artistas. Os ateliês ficaram abertos nos dois dias das 10h às 19h. Interação, workshops, palestras, oficinas, exposição dos produtos e muitas outras atividades conduziram o acontecimento.
Um ateliê interessante é o E Fechos que expôs joias em vidro reciclado, arte em tear, coleção de bijus, entre outros (2). No final de semana, a empresa realizou oficinas de joalheria de montagem, além de joias com origami com a artista Toshiko Hama.
Outro ponto que fez sucesso foi a loja Du E-Holic, na Rua Fradique Coutinho. O artista Durval Sampaio produz – artesanalmente – chapéus, viseiras, boinas e cartolas (3). Com materiais recicláveis ou totalmente inusitados, ele já está na loja há dois anos e trabalha na área há oito. Sua habilidade com a costura o permite elaborar as peças em aproximadamente uma hora. No entanto, alguns itens podem custar o dia inteiro de trabalho, afirma Sampaio. (4)
Mais um destaque está com a criadora de joias Tais Francelli. No ateliê Fina Oficina, a designer traz visuais contemporâneos, clean e extremamente refinados em seus produtos. Criando peça por peça a artista une a prata com outros materiais e alcança um resultado surpreendente (5). Sua produção costuma se pautar em materiais reciclados, buscando valorizar a sustentabilidade e gerar tendências inéditas.
Perto dali, na Rua Girassol, outras artistas inovam no ramo da joalheria (6). O ateliê Kimi Nii+Più traz o requinte e a beleza em joias delicadas, além de expor produtos em cerâmica (7). No evento foi possível conhecer, questionar e interagir com as produções.
Ainda na área de cerâmica, há a artista Carol Lamaita que apresenta um trabalho totalmente belo e em harmonia com a natureza (8). Simpática e inventiva, ela conta que todo o processo é sustentável. A água é decantada, a argila reprocessada, os esmaltes reaproveitados e os elementos da terra estão sempre presentes. Em toda esta linha sustentável, a artista gera cores inéditas e interessantes ao misturar os esmaltes já utilizados. O resultado é reciclagem, criatividade e lindos tons naturais no produto. Além de, naturalmente, proteger o meio ambiente. (9)
Este pensamento ambientalmente correto está sendo perpetuado em cursos que acontecem no próprio ateliê. Jovens, adultos e até crianças podem aprender a arte da cerâmica. Alguns trabalhos de alunos foram expostos, assim como a arte dos convidados Vicente Cardia e Betty Scholtès.
Tanto para Scholtès quanto para Lamaita o momento foi extremamente significativo pela diversidade do público. A oficina envolveu de tal forma que até as crianças participaram da interação. A convidada Scholtès acredita que esta ocasião “Permite as pessoas que não sabem de tantas técnicas entrarem no ateliê e descobrirem um novo mundo”.
A arte da Vila trouxe muitos mundos nos mais de cinquenta estabelecimentos participantes com criações em papel, tecidos e fotografias. Novidades, tendências, inovações e muita interatividade reafirmam o bairro como uma das regiões mais artísticas e criativas de São Paulo.

Gabriella Mondroni

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