Máscaras Japonesas

Os primeiros exemplos de máscaras japonesas pertencem ao período Jōmon, entre 10 mil e 300 a.C. Mesmo que nenhuma das primeiras máscaras de Kagura –  estilo de dança mais antigo do país, de origem xintoísta - tenha sobrevivido, as máscaras japonesas fazem parte da vida no Japão há muito tempo. Nas artes cênicas, uma tradição em torno de máscaras japonesas se desenvolveu depois do século VI d.C, quando conceitos religiosos foram introduzidos na China e Coreia.

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Algumas das máscaras mais antigas encontradas pertencem a uma dança conhecida como Gigaku, que foi depois substituída por Bugaku, que é ainda executada hoje em dia. No teatro Nô (Nō), as máscaras japonesas seriam totalmente desenvolvidas durante o século XIV, junto com a máscara Kyōgen. Além do uso na dança e no drama, nos séculos VIII a IX, as máscaras japonesas começaram a ser usadas nas procissões de templos budistas.

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Algumas máscaras japonesas

Vamos começar pela máscara funerária Gyōdō Sāgara, dos séculos XIII e início do XIV: Feroz e demoníaca, ela representa o Rei Dragão do Mar (Sāgara Nāgarāja), como parte de um grande conjunto de máscaras japonesas guardiãs de rituais criadas para o Gyōdō, que é uma procissão ritual budista, no interior de um templo ou santuário. A prática da adoração de um objeto sagrado ao caminhar ao redor dele, foi introduzida no Japão a partir da China no fim do período Nara.

 

Por causa de um memorial para os mortos ou a apresentação pública de uma imagem sagrada ou relíquia, o Gyōdō era executado pelos sacerdotes que se vestiam ricamente e cantavam as escrituras sagradas e eram escoltados por assistentes usando máscaras japonesas dos protetores da fé budista. Um dragão com focinho longo – que não existe mais – ficava por cima da cabeça da máscara Sāgara quando usada com túnicas bem apertadas ao redor do pescoço e transmitiu a impressão de uma escultura feroz que ganhou vida.

 

 máscara japonesa dragãoMuito ligada a rituais de fertilidade com foco em garantir uma colheita farta ou em festivais de Ano Novo, a tradição do Kagura e suas máscaras japonesas de divindades xintoístas ainda é muito presente no Japão.

Lendas das máscaras japonesas

A lenda do Kagura apareceu no Kogiki (Registro de Assuntos Antigos, 712 d.C.), que conta a história da dança apresentada pela deusa Ame no Uzume para atrair a deusa do Sol, Amaterasu Ōmikami, para fora do seu esconderijo. Foi o comportamento bastante ofensivo de Susano-o no Mikoto, que era irmão mais novo de Amaterasu, que levou a deusa do Sol a se esconder no interior de uma caverna, trazendo escuridão e desastres para o mundo. Susano-o foi expulso da Alta Planície Celestial e desceu para o que agora é Izumo, no oeste do Japão. Lá ele descobriu que o monstro Yamata no Orichi tinha engolido sete filhas de um casal e queria a oitava. Susano-o deu vinho de arroz para o monstro, que fico tão bêbado até cair no sono e então foi morto.

 Kagura máscara japonesa

A máscara Nô de Shikami, demônio que aparece em peças Kiri Nō como Rashōmon e Momijigari é um demônio masculino, que apesar das semelhanças com as máscaras japonesas de Hannya, é derivado das máscaras japonesas anteriores Kishin.

A máscara de Hannya tem também sua origem no teatro Nô, é um demônio ciumento e vingativo que um dia já foi uma mulher muito bonita. Os olhos de metal dourado, transmitia um brilho. A boca aberta em um rosnado feroz e mais os chifres encarnavam o mal. A arte das máscaras japonesas deve muito às influências da cultura coreana e chinesa. A própria maquiagem da arte dramática da Ópera Chinesa foi desenvolvida a partir de máscaras japonesas.