Patchwork Design

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Patchwork Design

15.03.13
* Por Priscila Silvério
Traduzindo de forma literal, a palavra patchwork significa trabalho com retalho. (1) A técnica impressiona por ser um processo manual e único em que os tecidos são emendados, resultando em uma mistura de cores, estampas, conceitos e desenhos. As origens do patchwork são antigas e remontam à época do Egito antigo. Juntamente com o quilt, um processo aproveitado para criar efeitos de relevo, o patchwork foi disseminado em países da Europa, tais como Inglaterra, França e Alemanha.
Porém, é nos Estados Unidos que há uma ampla produção de patchwork, assim como um mercado forte e artistas conceituados. Durante a década de 1970, novas tecnologias, instrumentos e máquinas ajudaram a acelerar a produção. A ampliação de estampas e a diversidade de cores que a indústria têxtil oferecia também deram força ao segmento. Hoje o patchwork é uma verdadeira arte. (2) E toda sua qualidade já pode ser apreciada no Brasil!
 
Arte e inspiração
Com o intuito de ser um guia para artistas, colecionadores e admiradores deste tipo de trabalho, o produtor Zeca Medeiros idealizou o Patchwork Design, uma exposição internacional e contemporânea com mais de 80 peças para apresentar novas ideias.
Os visitantes que chegavam ao evento logo se depararam com várias obras de norte-americanos. (3) E cada um buscou um desafio, uma proposta, uma identidade, seja na complexidade de usar tecidos incomuns ou na intenção de brincar com as estruturas plásticas e demonstrar as emoções pessoais.
A brasileira Jane Leonetti é um exemplo da expressão de sensibilidade. Ela passou o último réveillon em uma praia no sul do país. Os fogos de artificio a motivaram na criação de um belo patchwork. Pouco tempo depois, ocorreu o acidente na cidade Santa Maria, em que uma casa noturna pegou fogo. Jane incluiu uma tarja preta em sua arte como símbolo de luto. Desenvolvido com seda pura, linhos de efeito madeira, casulos de seda tingidos e tule negro, seu trabalho é simplesmente emocionante. (4)
Também percebemos a presença dos sentimentos na série de Sonia Grasvik. Ela perdeu sua família em um acidente e, a partir da tristeza, surgiu inspiração. A artista propôs uma reflexão sobre o surgimento da vida e, para isso, seus patchworks fazem alusão a um ninho cheio de ovos. (5)
Outro destaque era um casaco de chenille desenvolvido como réplica de um modelo utilizado por Caetano Veloso (6) na capa de um disco, durante os anos 1970 (quando o cantor estava exilado na Inglaterra). O público também encontrou desenhos florais, imagens mais tradicionais, formas abstratas, conceitos orgânicos, inspirações brasileiras e até mesmo peças que buscam trabalhar o 3D.
 
O momento contemporâneo
O curador do evento, Zeca Medeiros, explica a grande participação de estrangeiros. Ele conta que há cerca de cinco anos descobriu diversas criações interessantes em um catálogo. Após fazer contato com os artistas de fora, a parceria começou. E deu tão certo que, todo ano, o público escolhe as obras mais bonitas e os vencedores são convidados a dar palestras no Brasil. Nestas ocasiões, é possível entender como os trabalhos são desenvolvidos. (7)
Zeca diz que o patchwork contemporâneo ainda está sendo iniciado no Brasil. Mesmo assim, dá para notar o potencial que há em nosso país “Algumas criações já podem representar o Brasil lá fora em uma exposição”, compartilha. O plano do curador é fazer um intercâmbio entre os países. Desta maneira, ele não apenas convidará pessoas, como também levará os brasileiros para se conectarem com outras possibilidades.
E com a galeria que Zeca idealizou o público em geral teve a chance de compreender o momento atual. O local tinha guias aptos a oferecer particularidades sobre as peças, explicando com detalhes a concepção das obras “A arte contemporânea é isso: o artista coloca a sua visão e sua alma no trabalho de maneira que o resultado gere diferentes leituras. Então a obra, quando sai da mão do artista, não é mais dele, pois cada um vai interpretar de uma maneira”.
 
Serviço
Além da exposição de arte, a feira contava com muitos stands de produtos. (8) Assim, os visitantes podiam conhecer melhor o mercado, ter acesso à uma ampla variedade de artigos feitos de patchwork ou adquirir instrumentos para auxiliar no desenvolvimento da técnica.
Quem mora em São Paulo teve três dias para aproveitar o evento, de 14 a 16 de março. Foi uma oportunidade de descobrir a originalidade, criatividade e diversas expressões do patchwork contemporâneo (9).
 

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Gabriella Mondroni

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