Dado Castello Branco
24.07.13
O arquiteto e urbanista Dado Castello Branco passou pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e especializou-se na École Speciale d’Architeture, em Paris, França. Há quinze anos no mercado, ele aparece como um nome de destaque nas áreas corporativa e residencial de alto padrão. O profundo apuro estético, linhas puras e conceitos contemporâneos caracterizam seu trabalho.
Conforto, equilíbrio, elementos naturais e tonalidades claras são outras marcas constantes em suas criações. Conheça agora uma casa com 450m² que ele assinou em Paraty, no Rio de Janeiro.
Amor pelo mar
Paraty é uma cidade colonial que foi fundada há cerca de 400 anos, sendo considerada patrimônio nacional. Todo ano, o local atrai turistas do mundo todo por conta de seus encantos naturais.
Foi em Laranjeiras, a 25 quilômetros do centro histórico, que Dado Castello Branco teve o desafio de encontrar soluções inteligentes e optou pela simplicidade, atendendo à vontade dos moradores. “Conforto e informalidade. Era tudo o que eles desejavam”, diz o arquiteto sobre as expectativas, bastante frugais, de seus proprietários: um casal de velejadores, apaixonado pelo mar (é por isso que o lote está projetado em torno dele).
A arquitetura é de Fernando Sá Moreira, que dotou o piso inferior de uma sala única, reunindo living, home theater e terraço, sem interrupções. No andar superior, há quatro suítes e um escritório, todos com vista para a área do pier.
A prioridade absoluta era simplesmente estar em contato permanente com o mar. Sendo assim, a proposta de interiores explorou diversos tons de azul, do índigo ao celeste, passando também pelo anil e turquesa — sempre em afinadas parcerias com o branco. A ideia principal foi compor ambientes com visual leve e refinado, nos quais as fibras naturais, quase em estado bruto, são elementos dominantes.
Em sintonia com a natureza
O pavimento térreo foi concebido como uma ampla área de convivência familiar e faz uso da madeira, tanto nos móveis e obras de arte quanto nos acessórios. A matéria-prima imprime uma particular sensação de continuidade ao décor, funcionando como contraponto de peso à quase primazia do branco “Me limitei a poucos materiais e também a poucos móveis. Minha intenção foi colocar a casa em sintonia — e não em confronto — com a paisagem”, explica.
Tão incorporadas a casa quanto a não cor de suas paredes, uma tela do pintor Paulo Pasta (em explosivo tom de azul) e um inspirado tríptico do artista Sérgio Sister foram posicionados pelo arquiteto em pontos estratégicos — sobre o sofá, na parede principal da sala, e no hall de entrada, respectivamente — de forma a aproveitar ao máximo todo o potencial cromático.
Projeto luminotécnico
Há também uma atenção especial em relação ao projeto luminotécnico, que é essencial para os momentos de relaxamento e concentração. Durante o dia, a ênfase foi na luz natural, dada às grandes aberturas presentes em todos os ambientes. De noite, toda a iluminação, pensada de forma indireta, privilegia o uso de abajures “Variações de intensidade luminosa sempre ajudam a criar um clima”, brinca Dado Castello Branco.
O resultado final foi: proprietários e visitantes contentes com o astral dos cômodos. O mar se destaca como protagonista do local e a casa funciona como uma bela coadjuvante.
